Paulinha da Biola

UM BLOGUE INSUBMISSO, LEAL, SEM PLÁSTICAS E FRONTAL.

27.5.05

Portugal É Um "Escândalo"!...

Há quem diga que somos um País de brandos costumes. Direi que sim, não para fazer geito a alguém, mas, porque é minha convicção de que... somos mesmo! Melhor seria se assim não fosse...
Fazendo uma viagem ao passado, recordo os vários escândalos que marcaram Portugal. Escândalos que tanta tinta fizeram, ainda, fazem correr nos jornais... e "alimentam audiências das televisões.
D. Branca: Ficou na história de Portugal, conhecida como a "Banqueira do Povo", célebre por emprestar dinheiro a juros exorbitantes a pessoas de todas as classes sociais desde o início dos anos 70 até 1984. D. Branca juntou uma fortuna calculada em mais de 17 milhões de contos, abalando toda a estrutura bancária nacional. Chegou mesmo a provocar algumas convulsões políticas.
Hemofílicos contaminados: Desde 1984 que se mantem a polémica sobre o caso dos hemofílicos contaminados com o virus da SIDA. A ex-ministra da saúde [que em 2003 era vice-presidente da Assembleia da República], Leonor Beleza, é um dos nomes envolvidos.
Maria José Morgado, magistrada do Ministério Público, não se conformou quando o Tribunal da Relação de Lisboa decretou a prescrição do processo e alegou que o Estado ainda pode julgar a conduta dos arguidos até Fevereiro de 2007.
Incêndio do Chiado: Foi a 25 de Agosto de 1988 que o histórico incêndio fez desaparecer o património arquitectónico de uma das áreas nobres de Lisboa. Neste dia, o País parou chocado pelas imagens que se viam na TV. Ainda, hoje, se desconhece como tudo começou, a não ser que foi nos armazéns do GRANDELA e que bastaram uma dúzia de horas para que toda a zona do Chiado ficasse reduzida a cinzas...
O escândalo sexual de Tomás Taveira: Primeiro escândalo sexual do País após o 25 de Abril. a revista que publicou fotos que provavam o envolvimento de Taveira em filmagens hardcore com várias mulheres. Sem deixar margem para dúvidas, apesar do título da capa ser ilucidativo, "As loucuras Sexuais de Tomás Taveira", as frames das filmagens feitas às escondidas (?) causaram grande polémica e destruiram o casamento do arquitecto.
Zezé Beleza: Era um dos principais arguidos de um processo de corrupção que remonta a 1989. A Inspecção-Geral das Finanças detectou irregularidades relacionadas com projectos de construção civil e campanhas de publicidade do Ministério da Saúde. José Beleza, terá usado uma empresa fictícia para receber 40 mil contos, acabando por ser condenado a a quatro anos de prisão. Já Costa Freire, ex-secretário de Estado e principal autor da negociata, foi condenado a sete anos de prisão. Em Maio de 1990, Zezé Beleza fugiu de Portugal e só foi apanhado em Novembro de 1992.
"Gang do Multibanco": Em 1992, uma jovem foi raptada e assassinada por este "Gang". O grupo foi mais tarde acusado de raptar, violar e roubar mulheres, obrigando-as depois a revelar os códigos dos cartões. Foram capturados três anos depois.
Pedro Caldeira foge da justiça: Também em 1992, Pedro Caldeira (corrector da bolsa) escapou às "garras" da justiça, depois de ter protagonizado um enorme escândalo financeiro, que fez dezenas de credores. Voou de Madrid para Miami - EUA - mas foi detido pelo FBI num hotel de luxo em Atlanta, quase um ano depois. Extraditado para Portugal, foi indiciado pela prática de 17 crimes de abuso de confiança e 65 de burla agravada. Porém, oito anos depois, foi absolvido.
Padre Frederico: Na madrugada de 1 de Maio de 1992, Um jovem de 15 anos, era assassinado no Caniçal, na ilha da Madeira. As autoridades depressa ligaram a vítima a um sacerdote brasileiro, que estava implicado numa rede de pedofilia. O julgamento do Padre Frederico foi o primeiro a ter "honras"de transmissão em directo pela televisão. Apesar de se afirmar inocente, foi considerado culpado e condenado a uma pena de 12 anos de prisão pelo crime de homicídio, mais 18 meses pela homossexualidade tentada com o menor. Em Abril de 1998, aproveitando uma saída precária, fugiu para o Brasil onde vive com a mãe e o Estado português desistiu de o perseguir...
Morte no Aquaparque: Em Julho de 1993, duas crianças morreram no Aquaparque, em Lisboa (Restelo) sugadas pelas tubagens das piscinas. O caso deambulou pelos tribunais durante dez anos, uma vez que havia legislação clara sobre este tipo de estabelecimentos. Mas os pais de uma delas (o Frederico), não desistiram de lutar para que se fizesse justiça. Em 2002 conseguiram ver os seus esforços "recompensados, já que, numa decisão histórica, o Estado foi obrigado a pagar uma indemnização.
"Buzinão" na ponte: Em Junho de 1994, Luis Figueiredo, foi acidentalmente ferido a tiro (na ponte do Pragal, num confronto entre o corpo de intervenção da GNR e vários populares que se manifestavam contra o aumento das portagens (de 100 para 150 escudos) na ponte 25 de Abril. A situação começou a descontrolar-se quando várias pessoas assaltaram uma camioneta de fruta e começaram a lançá-la à Polícia, com o "buzinão" a aumentar aquela investida. Desde então, vive confinado a uma cadeira de rodas, onde continua à espera que seja feita justiça.
Rúbem Cunha: A criança que ao carregar num botão de um semáforo, no Campo Grande, faleceu em consequência do choque eléctrico que apanhou, a 10 de Julho de 1997 (três dias depois). Levado o caso a tribunal, foi arquivado pelo Ministério Público em 1999. Os pais de Rúbem conseguiram que o Tribunal de Instrução Criminal reabrisse o processo. Em Setembro de 2001, um fiscal da empresa que fazia a manutenção dos semáforos, foi condenado a dois anos e meio de prisão.
Queda da ponte Hintze-Ribeiro: Foi a 4 de Março de 2001, sob fortes chuvas, que a ponte que ligava Entre-os-Rios e Castelo de Paiva caiu e arrastou consigo um autocarro e três carros ligeiros. Morreram no total 59 pessoas, mas só 23 corpos foram encontrados e resgatados. Inquéritos feitos concluiram que a extracção de areias do rio e o estado de degradação da ponte foram factos determinantes para o acidente. O resultado de todo este processo foi injusto para com as famílias das vítimas...
Universidade Moderna: Pai e irmãos (Braga Gonçalves), e muitos outros nomes conhecidos, saltaram para a ribalta processo complicado. Muito dinheiro entrou nos "aventais"... José Braga Gonçalves foi condenado e está a cumprir (?) uns anitos de prisão.
Vale e Azevedo: O dinheiro também no centro dos vários processos, que "navegaram" (de Iate) pelos tribunais num rodopio de ora prende ora solta - dois minutos depois - volta a prender... As ilegalidades do costume ao longo de uns "pares" de anos! Hoje está em liberdade,
Escândalo Casa Pia:
(Sobre o qual não me pronúnciarei neste quadro de escândalos por razões óbvias. Sigam o meu blog e aí terão....mais e muitas informações!)
Corrupção na GNR; Apito Dourado; Caso Adelino Ferreira Torres; Fátima Felgueiras; "Chantagem" com Artur Albarram... E tantos outros escândalos, que são VERGONHAS NACIONAIS.
Quem não se lembra da "palavra de ordem" que deu alento ao 25 de Abril de 1974 - "O povo é quem mais ordena..."? Agora, volvidos 30 anos após a "Revolução dos Cravos", só me resta perguntar:
Onde está esse povo de "Garra"? Viciaram-se em escândalos e na violência? Eu sei que não é só aqui, é em todo o mundo. Mas é aqui que eu vivo, eu sou Portuguesa e como tal acho que - Os escândalos são aspirinas para a eterna dor de cabeça que é Portugal.

25.5.05

Palavras que o silêncio não diz!

Mergulhada no sofá, com o olhar preso no infinito, talvez, de semblante carregado e com uma expressão de verdadeira angústia, que me rouba todo o alento para tomar uma decisão, estou eu à espera que o futuro decida por mim...
Penso que o tempo que temos pela frente não é o melhor. Este ano que está a decorrer tem sido (e será ainda) mais duro para mim em termos de sossego. A deficiente qualidade de vida, a insegurança do futuro, o aumento do desemprego, a marginalidade e a droga, a exclusão social, a falta de referentes ideológicos e de valores éticos... a pedófilia.
Aflige-me bastante ter que lidar com pessoas inescrupulosas, cínicas... Sim, as pessoas são más umas para as outras e nesta luta desigual reina a cobardia, a frieza, a indiferença, a hostilidade, a crueldade e até mesmo a falta de vergonha.
Os problemas na minha vida são como água numa fonte. Jorram incessantemente. Há momentos em que me sinto sozinha. No meio da multidão é como se estivesse no meio de um deserto, perdida, sem vida, sem nada! É nesses momentos que sinto um enorme vazio, uma dor tão grande, que não entendo o porquê da minha existência. Sinto-me insegura e amedrontada. Sinto-me por vezes traída pela impotência que implantaram em mim.
Sempre fiz o que me apeteceu. Em tempos, sei que isso foi considerado escandaloso, tal como ainda hoje, para muitos mal pensantes. Não gosto de recordar as controvérsias do passado. É verdade que ao longo da vida, passei por muitas viscissitudes e fiz muitas tentativas para ser feliz. Sei que sou forte mas não sou de ferro. Descontrolada tento ser eu e já não sei quem sou. No entanto é urgente que eu decida!
Mais escandaloso é o que se passa hoje em dia à minha volta e é considerado normal para muitos. Sei bem a reputação que tenho, até mesmo não esqueci a que já tive, mas ao contrário dessa gente, tenho respeito pelo meu semelhante e muito amor pelas crianças. Portanto, não me envergonho de nada.
Às vezes, olho-me no espelho e descubro, assim, um rosto de justiça que nunca vi. Um rosto de fel...
O meu rosto, nunca antes visto, onde às vezes os olhos são as palavras que o silêncio não diz. Esse silêncio que se esconde no peito dos que são vítimas de "homens" sem escrúpulos e que renasce sempre que se põe o sol é o mesmo que me vai massacrando pela noite dentro, num desassossego enternecedor e me acorda a solidão.
Tudo me aconteceu de repente. Não me apercebi da realidade que estou a viver. Nunca vivi assim... Hoje, é tudo tão diferente, tão desigual, mas tão igual a "vidas" anteriores. E agora? Fingir que não me apercebo de nada; fingir que ignoro tudo? Não. Isso, eu nunca farei.
Apesar de parecer por vezes uma mulher segura de mim própria, na realidade, porque vivo profundamente amargurada, tenho muitos medos e não consigo defenir qual é o maior. Acreditem que o maior eu não sei, ou não sei, é de tudo o que vejo e não vejo ou do que vejo e não quero ver...
Contudo, fiz uma promessa e por isso irei cumprir. Posso por vezes permanecer imóvel, sem que um milimetro dos meus lábios se movam, mas quanto ao que tenho a desabafar, nada me fará aquietar. O meu eco não tem morada e pode-se até confundir com o pó da estrada, porque há sempre quem não nos entenda. Ainda assim, no meu peito (como no peito de qualquer homem bom), baila o desejo de ser pássaro, uma fantasia de sol onde o sonho nunca deixou de brilhar. A justiça é uma sinfonia de fel e sonho, outrora esquecida pelos ricos hoje banhada por lágrimas e "xailes" negros.
Escrevo o que sinto ou talvez o que quero dizer e não consigo. Que a minha voz "abane" essa sinfonia e ajude a desapertar a "venda" que a justiça tem apertada à tantos anos. O sabor das lágrimas e o nó que tenho na garganta hoje, é o amargo testemunho de quanto sofro sem dar a entender, quando sorrindo para uma criança a faço sorrir também.
Há palavras que o silêncio não diz... mas que dão felicidade aos demais.

23.5.05

Benfica é o Maior

Não podia deixar de expressar aqui a minha alegria.
BENFICA É CAMPEÃO mesmo com a espera de onze anos. - Há quem espere mais e não se canse...
Estamos de Parabéns todos os Benfiquistas.
Por favor, não digam mal do "Trapaglionni"...
Aptrapalhou-se um pouco mas ganhámos! Onde está o problema?
Já estou rouca de andar aos gritos Avenida abaixo Av. acima. Mas é assim, eu depois de gritar pelo meu Campeão só grito pela Marcha de Alfama - lá para o mês que vem...
Dia 29 de Maio temos mais!

Denúncia ou difamação?

"Não alimento boatos. Dou-me bem com toda a gente e com todos eu sou frontal. O que tenho a dizer digo e não envio recado, sou mesmo terra a terra e sem papas na língua.
Não me escondo por detrás de um telefone, nem de uma imagem com a voz distorcida! Nós, os que damos a cara pela verdade, somos alvos a abater. A isto já estou habituada, e como tal enoja-me este derespeito pela dignidade das pessoas.
Na minha opinião a comunicação social tem um papel importante na formação da opinião pública e no dar às pessoas a consciência do direito à indignação. Tem ainda a função de denunciar o que se pensa estar errado.
Portanto, a minha indignação é grande e, pela primeira vez na minha vida, falo públicamente de alguém de quem nunca falei antes, mas que de mim já já disse mentiras, já me ofendeu difamando-me, chamando-me nomes que não são os meus e nem sequer são nomes próprios. Contra mim e meu marido já proferiu as maiores barbaridades, sem nos conhecer de lado nenhum e em locais impróprios. Talvez isto tivesse como objectivo a exposição do seu "produto" - o filho.
De início eu estava solidária, mas hoje a censurabilidade do comportamento de ANA PAULA, mãe de "Joel", é reveladora de uma pessoa com sede de protagonismo, com uma personalidade escassa, despudorada e com inexistência de valores morais.
ANA PAULA tem tido discursos em que a tónica dominante está mais ligada a interesses materiais, em vez daquela que deveria ser a natural preocupação com o filho.
Eu sou mãe e sei o quanto é difícil criar um filho. Não falo de barriga cheia, criar filhos hoje em dia é uma maratona muito difícil. E nos tempos que correm... ninguém dá nada a ninguém a troco de nada...
Lembro-me de um ditado popular, "Quem Cabritos vende e Cabras não tem, de algum lado lhes vem..."
A conivência da mãe de "Joel" é evidente. Ela conhece, aceita e manda o filho pedir... Dito pela sua boca, numa entrevista televisiva logo no início do escândalo: "... porque não vais ter com ele, sabes que nós precisamos do dinheiro..." Ela silenciou muitas situações a troco de dinheiro e outros bens que não foram só alimentícios, os que lhe sustentavam os vícios... Porque motivo não gostam dela na zona onde residem?
Porquê minha senhora, todo um espectáculo sem fundamento?
Não sabia que o seu filho se prostituia? Lá dizia o outro, e se calhar baseando-se no seu modo de agir com o seu filho: "os meios de comunicação social estão a incorrer num erro tremendo que é o de acusar de pedofilia pessoas que procuram satisfazer-se com rapazes ou raparigas de 12, 13 ou 14 anos que andam na prostituição". Assim, após uma violação, "já que está, deixa estar... continue-se".
Se o "Bibi" violou o seu filho, a senhora sabia. Porque não participou de imediato? Só o fez quando as "dádivas do pai" começaram a escassear, até que secaram? Em crise no mar, tudo o que vem à rede é peixe. Pois é! E agora, quem será o freguês que se segue? Será que eu conheço?
Lembro-me que a primeira vez que a vi e ouvi foi na televisão. Pessoalmente e em carne e osso, à senhora e aos seus filhos, foi na Feira Popular aquando a festa de solidariedade para com as crianças abusadas sexualmente. Aí foi onde eu muito vi e ouvi, situação que se repetiu no dia da vigília em Belém. Até tive que recorrer à polícia, pois os três com "tanta vergonha, com tanto medo, e com tanto sofrimento", quizeram-me agredir, insultando-me e ao meu marido. Descobri então que não só o "Joel" que tem de ser acompanhado pelo pedopsiquiatra, a senhora e a sua filha são duas desequilibradas e. como tal sofrem mais do que ele. Não posso deixar de sentir pena de "Joel", pobre dele que é duas vezes vítima. Vítima de abuso sexual e vítima de uma família que se aproveita dele para tirar dividendos. Eu digo-lhe minha senhora, não há dinheiro que pague os traumas que o seu filho irá ter pela vida fora.
Tendo os comportamentos que ele tem, são já reflexos de que, no futuro, as consequências dos factos praticados contra ele surgiram, de certo modo, e lhe condicionaram de uma forma gravíssima, o desenvolvimento psíquico. Realmente com uma família assim, se ele sobreviver a toda esta guerra, será pela certa o Herói Inocente. Eu, no vosso lugar, tinha vergonha de continuar a respirar. Quanto mais andarem a "pavonear-se" exigindo este mundo e o outro a toda a gente. Sim, porque eu vi e ouvi: " Este ano pela Páscoa o meu 'compadre Bibi' não deu as amêndoas ao afilhado" ... Da mesma forma que como ele dizia na escola: "O meu padrinho, este ano não me deu amêndoas".
Não posso deixar de falar do meu "irmão" casapiano Adelino Granja que, na qualidade de advogado de "Joel", mantém um relacionamento tão "anormal" convosco que me chega a embaralhar as ideias e a deixar preocupada! Quem é advogado de quem?
Não foram ambos violados pelo "Bibi", claro que em anos diferentes, mas porque se tratam por tu? Não entendo a razão pela qual a família de "Joel" dá ordens ao Adelino. ´"... Dá-me dez euros para eu comer um prego que tenho fome...(...) a minha mãe e a minha irmã ainda não comeram nada... (...) Temos que nos sentar aqui à frente que é para aparecer na televisão... (...) olha, quando fores para o palco eu e os meus filhoa também vamos, nós é que temos o direito de lá estar, ouviste?... (...) este é o primeiro miúdo da Casa Pia por onde começou o escândalo de pedofilia...
Isto é algo que me confunde à séria! Porque se escreve o nome de "Joel2, quando já toda a gente sabe quem ele é e o seu verdadeiro nome? Além de andarem sempre a "tiracolo! de Adelino, fazem questão de dizer e contar tudo o que se passou, sem dó nem piedade, com um despudor incrível. Não entendo!
Na Feira Popular, quando descemos do palco, e como seria óbvio, eles não subiram. Se não fosse o Pedro Namora eu tinha sido agredida, sem saber ler nem escrever. Ana Paula aparentava estar completamente embriagada, enquanto falava até se babava... Falei com Adelino, que me encolheu os ombros e disse: "Eles não gostam de ti"... E só no final eu soube o que realmente me esperava e do que me livrei!
Depois na Vigília em Belém, repete-se a cena, aí já de prevenção e ao vê-los aproximarem-se, peço ajuda à Polícia. Só não participei por causa do "Joel" e ainda porque eu não "patrocino" propaganda a quem nada me diz.Deixei-os a falar sozinhos até que descobrem o meu marido e vão ofendê-lo tentando agredi-lo!
Do Adelino nem sequer uma palavra de boa noite tive, nem um aviso. Só muito para o fim é que lhe "arranquei" um: "Olá, tudo bem?". Enquanto o "Joel", a mãe e irmã faziam questão0 de passar junto a mim dando-me encontrões provocatórios e ameaçando-me com um indivíduo que eu nunca vi mais gordo! Com que moral tu "irmão" casapiano, não querias juntar-te a mim, porque sou amiga de "Bibi"? De que lado tu realmente estás, do lado das vítimas ou dos violadores? O teu compadre não é suspeito de pedofilia?
Nada receies, baseando-me nos meus valores e não querendo ser o centro das atenções, sinto que estou do lado certo. Mas o que eu dava para ser uma Borboleta esvoaçando sobre algumas cabeças em determinadas alturas...
Tem cuidado Adelino! As pessoas quando não prestam, não conseguem fingir que prestam,independentemente de quem quer que sejam. Os que eram e já não são, ou os que são e nunca foram..."
Pois é meus caros, foi culpa desta crónica de opinião, talvez, porque a minha opinião está bem explícita e se calhar "não faço qualquer denúncia"... que no dia 5 de Julho irei a Tribunal responder num processo (como arguida mas de cabeça bem erguida - não é para rimar) em que sou acusada de três crimes de difamação.
Quem me conhece e sabe como as coisas que descrevo ocorreram, sabem o quanto falo verdade. Por isso ao texto só poderei acrescentar e nunca retirar sequer uma vírgula. É que esta crónica (ao contrário do que muitas gralhas bombardeiras dizem, fui eu que escrevi) foi publicada no jornal "O Crime" a 26 de Junho de 2003. Para lembrar alguns desmemoriados...já lá vão quase dois anos!
Com o andamento da "questão" digam-me, esta crónica é uma denúncia ou difamação?
Para mim tanto se me faz como se me fez... Só eu sei porque a escrevi e só o explicarei em tribunal. Mas todos têm direito a conhecer o motivo.
Siga o Baile, já dizia a minha avó que era imensamente rica em sabedoria: "Quem tem unhas toca viola quem não sabe... ouve tocar!"

7.5.05

A Cidade e as Serras

Por ser uma pessoa (muito próxima) com conhecimento de uma grande parte dos factos, situações ocorridas, e ainda porque vivi na instituição, CASA PIA DE LISBOA, escrevo para todos os que se interessem em saber as verdades que levaram ao julgamento mais mediático e moroso de Portugal.
Desde que o tema "Pedofilia na Casa Pia", saltou para a cena mediática, que tenho aparecido (fiquei conhecida) na comunicação social. Também, é pela mesma via, que tenho fornecido ao público várias denúncias, ou chamem-lhe "Matérias para Reflexão" (se assim acharem melhor), sobre este enorme escândalo!
Realmente, seria muito mais cómodo para mim, manter na intimidade dos meus registos pessoais, as memórias dos tempos passados, quer como aluna quer como funcionária.
(Para não falar dos tempos em que fui só encarregada de educação - desde 1985 até 2003 - e conheci muitas crianças e jovens através dos meus educandos que não foram só os meus filhos...)
Mas não, isso seria impensável para quem sempre defendeu os "irmãos" mais novos que a "CASA MÃE" lhe deu a conhecer ao longo de décadas.
Impensável, para quem nada deve ao passado e não receia a verdade, ainda que dura e penosa, à mentira indulgente e piedosa.
Após o enorme "soco no estômago" sofrido, ao ter conhecimento de que também ele, "Bibi", cometera crimes tão repugnantes, como são o abuso sexual de crianças; os mesmos que sempre condenei e denunciei, quando sabia que outros criminosos os praticavam, não fazia a menor ideia do que me esperava. Não tive a precepção nem consegui avaliar a dimensão (mais do horror) do escândalo...
Contudo, uma coisa percebi de imediato: o porquê da protecção que "Bibi" tinha na instituição por parte de alguns dirigentes! Isso sim, foi para mim, clarinho como o sol...
Porque convivi com a pessoa em questão, "Bibi" apesar da sua dupla ou tripla personalidade, em trinta anos, só me resta dizer que jamais o vi fazer mal, fosse a quem fosse. Hoje, penso que durante todos estes anos, não o conheci porque era "um lobo disfarçado de cordeiro"...
Mas, como posso dizer-me sua amiga? É simples a explicação e para quem queira entender!
Apesar de condenar piamente os seus actos criminosos - nunca da minha boca alguém ouviu dizer que ele era INOCENTE - por maior criminoso que um irmão seja, não o devemos abandonar. É meu dever fazê-lo reconhecer que, nenhumas das crianças que ele vitimizou, têm culpa do que nos fizeram. Não se pode tratar de uma vingança pessoal, quando sabemos o que sofremos nas mãos desses algozes. Desses sim, há que fazê-los sofrer (aos que ainda estiverem vivos) e neste momento, todos (incluindo ele) têm de pagar pelos males que fizeram... a quem o fizeram! Portanto, abandoná-lo está completamente fora de questão.
Ao contrário de "Bibi", que eu pensava conhecer muito bem (mesmo desconhecendo o seu verdadeiro nome, Carlos Silvino da Silva) até Novembro de 2002, sei que existiram, e ainda existem, muitos outros "Bibis" que (não sendo esta e desconhecendo qualquer outras alcunhas) denunciei pelos nomes próprios e durante estes anos todos. Em 30 anos... uns morreram mas há ainda muitos vivos!
Ora, depois disto, escusado será dizer-se (quem me conhece, sabe que nunca fui de me silenciar perante injustiças... e mentiras nojentas) que não me podia calar. Muito menos agora! Meter a "boca no Trombone" era ponto assente. "Bibi" não era o único. Haviam mais... e mais poderosos que ele.
Comecei por fazê-lo, no dia 28 de Novembro de 2002, no "Jornal Nacional - TVI". Num curto espaço de tempo em que fui entrevistada, pelo jornalista Pedro Pinto, eu queria dizer tanta coisa... Mas do "pouco" que falei, consegui dizer muito. Pena que não tenham ouvido bem!
Nesse momento está o início da minha luta para que se faça JUSTÍÇA igual para todos.
Para quem viveu na Casa Pia os horrores da violação sexual e maus tratos, sabe ser verdade as muitas histórias contadas por aí - não só por mim. Histórias mentirosas serão, para aqueles que sempre facilitaram "tudo" a seu belo prazer, fosse por questões materiais com que conseguiram grandes patrimónios, fosse em satisfação das suas aberrações sexuais, quando embrenhados num frenesim constante, insaciáveis, investiam cruelmente sobre as crianças que iam transformando em jovens revoltados e alguns deles, acabarem... em adultos destruidos.
Lembro-me da geração "Rasca" - década de oitenta! Quantos jovens chegaram a adultos? Não sabemos! E, porque não chegaram, muitos?! Talvez porque!...
A escravidão e servidão sexual involuntária de muitas crianças na Casa Pia (muitas vezes iniciada por um colega mais velho - o monitor - quendo não propriamente pelos educadores e outros superiores - as "autoridades" - e extensível aos "Senhores Benfeitores"...) aos predadores pedófilos, sempre foi mantida com a ajuda das "palmadinhas" nas costas dos amigos e "chicotadas" no corpo e na alma das Vítimas.
Isto, para não falar das ameaças de morte que faziam (ainda hoje fazem ) àqueles que abrissem a boca para denunciar fosse o que fosse. Muitos jovens ( alguns conheci), sucumbiram perante o desespero da perseguição e procuraram na morte o único meio de se libertarem dessa escravidão.
Para os amigalhaços e pedófilos de dentro da instituição, era necessário manter "a santidade, o bom nome e estabilidade da família casapiana", enquanto a disciplina na Casa Pia de Lisboa, era violenta .
Frequentemente os responsáveis (que deveriam proteger os alunos) ocupavam-se em bater nas crianças, em seus corpos, quer estivessem vestidos ou (completamente) nus, bem na frente de outras. - Eu vi no Colégio de Maria Pia... Isto funcionava como advertência para os demais, para que nunca se provocasse a ira dos predadores e seus amigos.
Mas ainda, apesar disso (permanecia e ainda em alguns funcionários) permanece o mito de que a disciplina da "porrada" mantem as crianças afastadas de denúncia de crimes hediondos. E, o "respeito" aos superiores só se consolida por meio de procedimentos dolorosos que, na verdade induzem o medo e ao ressentimento em relação "às autoridades".
Perante isto, na verdade vos digo (sem querer defender ninguém - um crime não justifica outro) que, são os efeitos desses castigos corporais, que surgem nas tendências criminosas de um indivíduo (com "várias" personalidades que se pode chamar Carlos Silvino ou...), que é o "meu irmão Bibi" de há trinta anos e já se declarou culpado. Entretanto, todos os outros que não tiveram a vida que ele teve, mas que dele se usaram, são todos "inocentes"...
Portanto, aquando a minha primeira aparição, na comunicação social, não era protagonismo que procurava. Para isso, bastou um único empurrão de Inês Serra Lopes, a 14 de Fevereiro de 2003.
A história do SÓSIA de Carlos Cruz!
Foi aí que começou o meu protagonismo, e comecei a dar mais força à minha luta. Foi a partir desse dia (com toda a polémica) que as pessoas começaram a perguntar: "Quem é Ana Paula Valente?"
O principal é que o assunto (desta história que ainda não posso contar...) bulio com a consciência individual e colectiva de gente, que por não terem "estatuto" não vivem da imundice provinda de um esgoto qualquer.
Gente, a quem essas "ratazanas" querem ver sem voz, mas que é do POVO.
Portanto, ANA PAULA VALENTE sou eu que sou povo e da cidade. E, é, a esta gente dA Cidade a quem dizem mais os valores humanos, numa vida que levam desenfreada (porque lhes cortaram o freio da língua) que não lhes interessa ter "valores deontológicos" como aqueles que por serem dAs Serras, têm...
É pena que assim seja? Eu gosto de ser assim.

4.5.05

Quando O Mar Bate Na Rocha...

Diz o povo e com razão: "Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o Mexilhão."

Apesar de eu pensar que fundamental, é o que não conseguimos dizer... Eu direi tudo o que me apetecer e que seja verdade verdadeira, em tempo real.
Poderão perguntar-me: porque o faço?
Responderei simplesmente: Porque sinto fortemente as feridas abertas na alma e sei quais as marcas mui dolorosas, deixadas por um passado que se fez recente com o escândalo da pedófilia na Casa Pia.
Se nunca fui de me calar, não é agora que o farei. Portanto, o "veneno" com que algumas "cobras cuspideiras" me têm tentado alimentar, aliciando-me com "golodices monetárias" e chorudas, só lhes servirá para que, a seu tempo, lhes dê a "bendita congestão" que tem vindo a ser anunciada desde Novembro de 2002, no mínimo! Porque no máximo (e acredito piamente), o mesmo veneno é que os poderá levar à "definitiva castração"... línguistica.

Tudo o que mora cá dentro e transporto numa memória de sofrimento, não é através de ameaças ou pressões, nem de acenos com gestos em sinal de "fecho-éclair" (como eu vi fazer ao "Bibi"), que me vão calar. Nem sequer vou meter os dedos à boca para vomitar. Acreditem, eu, até posso engolir "alguma coisita", mas por norma o que me mete nojo, não consigo digerir! É tudo uma questão de ter "Boa Boca"!
Antes de falar da Casa Pia, apresentei-me, neste meu espaço (que escrevo para vós), não tanto como sou, mas como tenho vindo a ser ao longo de uma vida. A partir de hoje, digo-vos, posso até falar muitas vezes de mim, mas vou falar muito mais de outros... Com certeza!

Como em tudo na vida, há um princípio. O principal da leitura é saber ler. Para se saber ler é preciso conhecer as letras. Seguidamente saber juntá-las convenientemente. Por fim, saber transformá-las em palavras. Agora, saber o significado das mesmas dentro de um (con)texto é mais difícil. Há palavras que, apesar de serem conhecidas, são pouco elucidativas, então se forem escritas, dentro (ou fora) de um contexto mentiroso, decifrá-las, digo-vos, que não é para todos... Só mesmo para aqueles que as conhecem muito bem ou para os que têm sede de saber, e por isso (estudam) recorrem ao dicionário.
Poderia começar este artigo de muitas maneiras, mas como estou com a minha veia irónica a fervilhar de raiva, vou tentar explicar o que certas palavras querem dizer para mim, nem que para isso tenha de recorrer a dicionários... estrangeiros!

Desculpem, se vos troco as voltas. O que tenho a dizer é complicado para explicar numa linha recta de A a Z. Também, para não vos cansar na leitura e eu não querer parecer ser, aquilo que não sou - professora de português - utilizarei as palavras desalinhadas, alfabéticamente. Mas, quem as souber intrepertar, verá que as ideias, essas, estão alinhadíssimas...

Então:
Porque o alfabeto começa pela letra A, escolhi a palavra, Abrantes.
Para além de ser o nome de uma zona de Portugal, é também nome de gente. Associando as questões, não consigo ver no nome da pessoa que conheço, a bela paisagem da zona que tanto gosto de visitar. Talvez por isso, hoje, sinta que há paisagens sombrias com um lado mais obscuro... algo que não consigo, ainda, muito bem explicar ao que se refere, mas... vou tentar.
Porque sou uma mulher de extremos, não consigo fazer a ligação de A (Abrantes) com a letra Z (ZORRO)! Desculpem-me, mas este personagem, era um justiceiro. A sério!... lembro-me de "ver os seus filmes" e aquilo que eu vejo, ninguém me desmente.
Faria com mais facilidade a ligação do nome a "coisas palpáveis". Por exemplo: à letra D (dinheiro), que segundo o dicionário é; moeda em metal ou papel - o que para o caso tanto faz. Importante mesmo é o numerário.
Da letra V - Viagens, ocorre-me falar das marítimas, porque tenho em mente o nome de um barco, que não sendo o Apolo (aquele muito falado por ser um "bem necessário" para a propagação da pedofilia em qualquer cais, comandado por um Raposo e que fazia muitas vezes escala em Portugal... navegou imenso por esses mares fora!), é o Rebelo. Ao contrário do que diz a história, este "barco" só ainda não afundou porque está bem seguro nas marés de Portugal (dos pequeninos e de norte a sul) e bem protegido pelo Ferro, que não ganha ferrugem, apesar de ter muitos rombos e estar já mesmo muito esburacado.
Da letra B - Bilhetes, "Bibi"... Bilhetes porque são pequenas cartas, que (foram trocadas entre gente que se conhecia muito bem mas diziam o contrário) começada a palavra pela letra C tem também relacionamento com Cartografia que, por sua vez, tem haver com Mapas! Quantos não foram feitos para guiar a investigação de Lisboa a Elvas, Lisboa/Estoril (linha de Cascais), Lisboa/Lisboa (Fetais, Forças Armadas, Restelo...), do Aeroporto para França, Holanda... até para os "States"!
"Bibi" porque é Carlos e tanto pode ser Silvino como Cruz... Para mim, "Bibis" são todos na generalidade. Não importa o nome próprio, ou a letra pela qual começa o mesmo!
Da letra G escolhi a palavra Granja.
Primeiro, porque olhei para uma garrafa de vinho do Porto (que tenho no meu bar e me foi oferecida num acto provocatório) e sei que a palavra também é sinónimo de Quinta. Eu conheço muitas para os lados de Alcobaça, mais própriamente em Alfeizerão. Pena é que em tão boas terras se "plantem" ervas daninhas que vão germinando e acabam por arruinar o bom nome e a qualidade (não do terreno) de vida das gentes que labutam com seriedade e muito sacrifício, do nascer ao pôr-do sol.
Pensavam que eu ia falar de Adelino Granja? Não! Talvez noutro "post" que a seu tempo fará mais sucesso. Prometo.
Há tanto para falar, tenho tanto para escrever... É como disse de início, não vos quero cansar na leitura. Hoje fico-me por aqui. Para gosto basta o cheiro e porque quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão, para não mexer e porque não me quero esticar muito mais, deixo-vos apenas este "CHEIRINHO" a maresia...